CLUSTERS DE EMPRESAS
Cluster é uma palavra de origem
inglesa que significa Aglomerações, assim clusters de empresas são aglomerados de
empresas.
Porter (1998) (apud Gerolamo, et
all, 2008) define clusters como uma concentração geográfica de empresas
interconectadas, fornecedores e prestadores de serviço especializados, firmas
em indústrias relacionadas, entre outras entidades de interesse pertencentes a
um setor industrial específico onde há concorrência, mas também práticas de
cooperação.
Para Humphrey e Schmitz (1995) (apud
Wegner, et all), um cluster é definido como uma concentração geográfica e
setorial de empresas, gerando benefícios como o surgimento de fornecedores que
providenciam materiais e componentes, existência de máquinas novas e de segunda
mão para as empresas, surgimento de um grupo de trabalhadores com habilidades
específicas e de agentes especializados em vendas, serviços técnicos e
financeiros.
Desta forma resumidamente Clusters
de empresas são a união de empresas que tenham alguma semelhança, ou sejam
iguais, em suas atividades, e estas procuram obter maior competitividade no
mercado.
Alfred Marshall foi um dos mais
influentes economistas de seu tempo. Seu livro, Princípios
de Economia (Principles of Economics) procurou reunir num todo
coerente as teorias da oferta e da procura, da utilidade marginal e dos custos
de produção, tornando-se o manual de economia mais adotado na Inglaterra por um
longo período. E nesse livro ele descreveu sobre o modelo de Clusters, por isso
é considerado o pai dessa ideologia.
Para a United Nations Industrial
Development Organization (UNIDO, 2003) (apud Wegner, et all.), em alguns casos
o aspecto de cluster prevalece e a promoção de colaborações entre as empresas e
formação de redes é uma parte da estratégia do cluster. Em outros projetos, as
atividades se iniciam pelo desenvolvimento de redes horizontais e verticais de
empresas e, à medida que a cooperação se intensifica e mais empresas são
envolvidas, o cluster emerge com o envolvimento de provedores de serviço,
associações de empresas e instituições governamentais. Sendo assim, há uma
relação estreita entre as redes de empresas e os clusters, muitas vezes
influenciando-se mutuamente.
Uma justificativa para a existência
de clusters é que no atual cenário de negócios a competição não se dá mais
entre empresas individuais espalhadas pelo mundo, mas entre grupos de empresas
e regiões competindo umas com as outras (Llorens, 2001- apud Wegner, et ll.).
Nesse sentido, a eficiência do cluster está em que a concentração de empresas
de um mesmo ramo de atuação estimula a inovação, a melhoria dos processos e
produtos e oportuniza o surgimento de fornecedores especializados para aquelas
empresas. Assim, o cluster oferece um ambiente propício para a coexistência da
cooperação e da competição, estimulando a competitividade dos participantes.
São exemplos de clusters famosos o Vale do Silício, nos Estados Unidos, o
cluster da moda e design, no norte da Itália e, no Brasil, o cluster dos
calçados femininos no Vale dos Sinos.
Assim o conceito de cluster,
diferentemente de um agrupamento tradicional de indústrias ou setores que foram
aglomerados com intervenção e subsídio, busca produtividade e ligações cruzadas
entre empresas. Os clusters trazem entidades governamentais, empresas,
fornecedores e instituições locais para junto de uma agenda construtiva e
factível. Há, nesse sentido, uma série de exemplos que comprovariam esse tipo
de análise. Podem ser citados casos em que os clusters foram formados por
fatores e condições locais, demanda local e indústrias relacionadas bem como a
simples existência de especialistas como, por exemplo, o caso da biotecnologia
na baía do São Francisco e Boston e ainda os clusters de óptica em Wetzlar e em
Rochester. (Cezarino, 2005).
Outro exemplo de um cluster
instalado no Rio Grande do Sul é MOVERGS – Associação das Industrias de Moveis
do Estado do Rio Grande do Sul, que une
industrias situadas em diferentes municípios para obter maior mercado e
fornecedores. Os shoppings também podem ser considerados clusters não regulamentados,
pois nele existem varias lojas semelhantes e entre elas existe um determinado
acordo de preços.
Abaixo segue mais exemplos de
clusters (Costa, et ell.):
Dentre as vantagens competitivas da
formação de um cluster esta a redução de custos e a difusão da informação entre
as empresas localizadas em mesmo cluster. Tais vantagens, diferenciais em
relação às concorrentes não agrupadas, que agem individualmente, derivam
exatamente dos aspectos relativos à cooperação/confiança e à transferência de
conhecimento/tecnologia entre as empresas pertencentes a um cluster. (Goldstein).
Além também de obter fácil acesso a
fornecedores de componentes, ao desenvolvimento de canais de informação
privilegiados, à captação de mão-de-obra especializada, ao desenvolvimento de
curvas de aprendizagem mais curtas e também ao desenvolvimento e acesso à
tecnologia.
Ao formar um cluster é importante
cuidado para possuir determinadas características, do contrario sofre ameaças
de quebrar ou destruir a união, por isso as seguintes características devem
estar bem estruturadas:
- Concentração geográfica e setorial de empresas;
- Proximidades físicas entre elas
- Estrutura coletiva compartilhada
- Afinidade entre as empresas;
- Confiança entre empresas;
- Processo constante de inovações em suas atividades;
- Qualificação da mão de obra.
REFERÊNCIAS:
WEGNER, Douglas; Et Al. Fatores Críticos Para A Formação De Clusters E Redes De Empresas: Um
Estudo Exploratório. In: VII SEMEAD – Política dos negócios e economia de
empresas. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/7semead/paginas/artigos%20recebidos/Pnee/PNEE15_-_Fatores_cr%EDticos_forma%E7%E3o_clusters_e_.PDF>.
GEROLAMO, Mateus
Cecílio; Et. Al. Clusters e redes de cooperação de pequenas e médias empresas:
observatório europeu, caso alemão e contribuições ao caso brasileiro. In: Gest.
Prod., São Carlos, v. 15, n. 2, p. 351-365, maio-ago. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/gp/v15n2/a11v15n2>.
CEZARINO, Luciana
Oranges; CAMPOMAR, Marcos Cortez. Vantagem
competitiva para micro, pequenas e médias empresas: clusters e APLS. In: Anais
do IV EGEPE – Encontro de Estudos sobre Empreendedorismo e Gestão de Pequenas
Empresas – 2005, p. 1315-1326. Disponível em: <http://www.anegepe.org.br/edicoesanteriores/curitiba/[112].pdf>.
GOLDSTEIN, Cláudia
Szafir; TOLEDO, Geraldo Luciano.
Vantagens Competitivas Em Clusters Industriais. In: VII SEMEAD – Política dos
negócios e economia de empresas. Disponível em: <http://sistema.semead.com.br/7semead/paginas/artigos%20recebidos/Pnee/PNEE18_-_Vantagens_Competitivas_em_clusters.PDF>.
COSTA, Esdras
da Silva; COSTA, Rogério Sárkis da; FARINA, Milton Carlos. Sustentabilidade em modelos de clusters comerciais: Estudo exploratório
acerca das ações de sustentabilidade em diferentes modelos de clusters
comerciais. In: Revista espacios, Vol. 38(nº 09), 2017. Pag. 31. Disponível em:
<http://www.revistaespacios.com/a17v38n09/17380931.html>.
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